Avanços e desafios da Estratégia PCI de Mato Grosso são apresentados em webinário internacional promovido pela TFA
O evento trouxe uma linha do tempo desde o lançamento da Estratégia, em 2015 na Cop21 (Paris), com detalhes sobre a origem, como foi elaborado, os papéis dos principais parceiros, o atual modelo de governança, a medição do progresso em relação a objetivos definido e os próximos desafios. Também foram apresentados exemplos concretos de envolvimento do setor privado em iniciativas territoriais e como a PCI garante sinergias com outras plataformas, como o VSA - Áreas de Originação Verificáveis (sigla em inglês).
O diretor executivo do Instituto PCI, Fernando Sampaio, explicou como a estratégia contribui para diminuir a pressão sobre a conversão da vegetação nativa na produção de commodities, como soja e carne, por exemplo, em uma dinâmica mundial que projeta o aumento do consumo de alimentos. Ele citou que Mato Grosso pode atender a essa crescente necessidade, pois é uma das regiões agrícolas mais importantes do Brasil e, ao mesmo tempo, ter um olhar para a conservação da cobertura florestal, incluindo ainda pequenas cadeias produtivas. “A questão de como responder a essa tendência de forma sustentável é crucial e a PCI é um novo modelo de governança e de desenvolvimento que traz resultados positivos”, argumentou.
Daniel Nepstad, do Earth Innovation Institute, ressaltou que Mato Grosso tem demonstrado uma série de inovações nos últimos anos no que diz respeito a políticas de governança ambiental, tendo sido um dos estados pioneiros também no recebimento de recursos internacionais em reconhecimento a queda nas taxas de desmatamento. Segundo ele, o envolvimento do setor produtivo foi crucial para o sucesso da PCI. “Isso possibilitou aliviar a tensão com o setor ambientalista e a indústria, por exemplo, tensão esta que foi, historicamente, uma barreira para o progresso no desenvolvimento de iniciativas semelhantes”, avaliou.
O longo caminho percorrido entre o lançamento da Estratégia na Cop21, em Paris, até chegar aos resultados atuais envolveu esforços e investimentos enormes na construção de diálogo entre ONGs, agricultores, comunidades e populações tradicionais, empresas e governo. “Isso criou um ambiente de confiança, que permitiu o engajamento dos atores para o estabelecimento da PCI”, ponderou Daniela Mariuzzo.
Durante o evento foram apresentados ainda os passos de estruturação que possibilitaram a continuidade da Estratégia, mesmo diante do cenário de transição política do Estado em 2018/2019 e que permitiram sua evolução, com a criação do Instituto PCI.
Como próximos passos foi demonstrada a necessidade de dar continuidade na implementação do Plano de Ação 2020 do Instituto, alicerçado em pilares centrais, entre eles, a estruturação administrativa, a definição de ações prioritárias para captação de investimentos, o monitoramento dos objetivos e metas estabelecidos, a regionalização da Estratégia e ações de comunicação para garantir visibilidade e credibilidade. Para isso, o engajamento das empresas é considerado um ponto fundamental, que pode ser angariado, por exemplo, através da criação de Áreas de Originação Verificáveis (VSA – sigla em inglês).
Pra encerrar, Fabíola Zerbini, diretora Regional para América Latina do TFA, reforçou que este é um processo em elaboração. “Nós convidamos todos a se juntarem a nós neste processo de diálogo e construção”.
Você pode assistir o evento em inglês aqui